Bem vindo ao nosso Blog!


Nós, formandos do curso EFA NS Técnico(a) de Produção Agrária, iniciámos o nosso percurso formativo no dia 02 de Dezembro de 2008 e desde então temos vindo a percorrer uma caminhada que equivale ao 12º de escolaridade e nos dá uma certificação profissional.


Esta caminhada tem sido recheada de aprendizagens, que se vão tornando cada vez mais significativas à medida que este percurso se aproxima do final.


Nesta recta final apercebemo-nos que devemos deixar um legado daquilo que aprendemos e trabalhámos ao longo deste tempo.


Sendo este curso de índole agrícola e tendo nós a percepção da importância das nossas aprendizagens decidimos construir este blog como forma de fornecer algumas informações úteis aos agricultores que queiram complementar a sua experiência com conhecimentos técnicos, apresentados neste nosso blog sob a forma de DICAS.



4 de março de 2010

Regionalismos

Actualmente e após a certeza de termos um acordo
ortográfico a entrar em vigor é nossa obrigação tentar proteger a
nossa língua e principalmente os termos que fazem parte da nossa
identidade cultural, enquanto moradores do nordeste
transmontano. Daí nós considerarmos tão importante
deixarmos o nosso testemunho neste blog, onde colocámos todos os
regionalismos que a maioria dos agricultores ainda utiliza ou vai,
sem dúvida recordar.

Arrocho - Pequeno pau usado para ajudar a apertar uma

carga.

Assucar - Fazer os regos para semear batatas.

Alguidar - Recipiente usado para preparar os

legumes, saladas, etc.

Arrebanhar - Juntar com as mãos alguma coisa

que esteja dispersa no chão.

Galelos – Pequenos cachos que surgem na parte

superior da videira.

Guiços – Lenha miúda.

Loije – O mesmo que loja, parte debaixo das casas.

Lombelos – Lombinhos de porco.

Lorga – Toca dos coelhos.

Lato – Balde, espécie de lata.

Machorra – Fêmea estéril.

Marrã – Carne fresca da barriga do porco.

Merujeira – Chuvisco.

Morrinhar – Chuviscar.

Manhuça – Molho de grelos.

Meleia – Protecção em couro, usada na cabeça dos

animais para assentar o jugo.

Palaio – Paio feito da bexiga de porco com ossos

tenros.

Palheiro – Construção rústica onde se guarda a

palha.

Penca – Couve.

Pingo – Gordura, banha de porco derretida.

Porreta – Talo da cebola.

Pita – Galinha.

Pito – Pintainho.

Púcaro – Pequeno copo de barro ou de alumínio.

Quilhões de galo – Uva branca de bagos

compridos.

Racha – Tronco de arvore partido aos pedaços, para

lenha.

Rasão – Instrumento de medida do cereal.

Rebolo – Pedra redonda.

Rebusqueiro – Aquele que anda ao rebusco.

Renovo – Trigo, cereais, horta, legumes, ou outra

cultura nova.

Restolho – O que fica depois da ceifa.

Retacos – Pedaços de abóboras, batatas.

Rijão – Rojão.

Ripar – Tirar a azeitona dos ramos à mão.

Rodilha – Farrapo.

Rodo – Instrumento usado para pisar as uvas ou

levedar o vinho.

Saibro – Terra arenosa.

Saira – Diz-se da terra que não tem torrões.

Salgadeira – Arca de madeira, onde se guardam e

salgam partes do porco em sal para a conserva.

Samarra – Espécie de casaco com gola de pele.

Sancha – Cogumelo selvagem comestível.

Sarrão – Papo da galinha.

Segada – Ceifa.

Seitoira – Foice de segar cereal.

Segador – Ceifeiro.

Sementar – Semear.

Sobrado – Soalho de madeira.

Socas – Calçado grosseiro, de madeira.

Solina – Calor excessivo do sol, insolação.

Soto – Estabelecimento de vendas de vários produtos.

Sombreiro – Guarda-chuva, guarda-sol.

Sovada – Bola amassada.

Talefe – Marco geodésico.

Talha – Vasilha onde se guarda o azeite.

Talhão – Espaço de terreno para cultivo de cereais.

26 de fevereiro de 2010

Ditados Populares


Lista de ditados nos quais estão implícitos saberes empíricos

- Fumeiro com lenha de figueira estraga-se
- Não semeies na lua cheia
- Menos de 20 dias não tire o presunto do sal
- No mês de Maio não mexa nas azeitonas
- Não toque na batateira quando são chegadas
- Quando trovejar nunca de baixo de uma árvore
- Se queres ser bom ervilheiro, semeia no crescente de Janeiro
- Se queres ter bom alhal, semeia-o no Natal
- Chuva em Janeiro e pouco frio, vai dar riqueza ao Estio
- Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado, nem bom lameiro, nem bom corno no carneiro
- Não se deve semear na lua nova só deita rama deveremos sim semear na lua velha
- Quem quiser o alho cabeçudo semear no Entrudo
- Luar de Janeiro não tem parceiro, lá vem o de Agosto que te da no rosto
- Galinhas de Janeiro põem atrás do rolheiro
- Fevereiro quente trás o diabo no ventre
- Trovoa em Março semeia no alto e no baixo
- Lua nova trovoada trinta dias é molhada
- Em Abril águas mil coadas pelo mantil quantas mais poderem vir
- Em Maio dar a filha por pão a quem to pedir
- Águas de Sº João não dão vinho nem dão pão
- Quem malha em Agosto já malha com desgosto
- Lua de Setembro trovoada nove meses molhada
- Ano de nevão ano de pão